PONTA DE PADRAS

PONTA DE PEDRAS POR PEREIRA DA COSTA

Neste ano (1589) fundou o padre franciscano Frei Antônio de Campo Maior uma missão de índios na sua Aldeia de Ponta de Pedras, em terras da Capitania de Itamaracá, quando se achava na vizinha Vila de Igarassu dirigindo as obras de construção do seu convento. Por esse mesmo tempo fundou ele também mais outras duas missões, nos aldeiamentos de Itamaracá e de Itapissuma. Ponta de Pedras fica situada no litoral, e constitui uma Povoação que vem de longa data. Em 1838 tinha já uma Capela sob a invocação de N. S. da Espectação, com uma Irmandade, a qual foi reconstruida, aumentadamente, em 1867, e em 1863 foi a localidade constituída em uma subdelegacia do distrito policial da comarca de Goiana, cujos limites foram assim traçados pela portaria do governo de 15 de junho, da sua criação: "Partindo da barra de Goiana à de Catuama, e daí até a embocadura do rio Siri, por ele acima até a sua nascença, e deste ponto, em linha reta para o norte até encontrar o rio Goiana, compreendendo nesta os povoados de Tejucupapo, São Lourenço, Carne de Vaca, Tabatinga, Ponta de Pedras, Poço das Duas Catuamas, e os mais que contiver nessa zona". Naquele ano tinha já a Povoação uma cadeira de instrução elementar. A Povoação assenta em uma vasta planície que fica no extremo de um pontal que entra pelo mar, chamado Ponta de Pedras, que deu o nome à Povoação, e que constitui a parte mais oriental da Costa do Brasil (naquela época, hoje esse título pertence a Ponta dos Seixas, na Paraíba). Coberto o pontal de vasto coqueiral vê-se por detrás, rumando para oeste, os morros da Almecega, de Itapessoca e do Carrapicho, sendo estes dois últimos cobertos de coqueiros; e em frente, olhando para o nascente, corre um braço do mar cintado por uma linha de recifes, em frente à qual ficam os baixos da Ponta de Pedras, pedrejados e de pouco fundo, distando do litoral umas quatro milhas. A Povoação de Ponta de Pedras pertence à paróquia de São Lourenço de Tejucupapo, município de Goiana, de cuja distância dista 26 quilômetros, a leste.

Livro: Anais Pernambucanos 1493-1590, volume 1, 1983, páginas 614 e 615.

Autor: Francisco Augusto Pereira da Costa.

Texto adaptado pelo Professor Mestre José Bartolomeu dos Santos Júnior

.