
IMAGEM DE SÃO GONÇALO DO ENGENHO UBU

Segundo informações colhidas junto a familiares dos últimos donos da Destilaria UBU, a imagem foi adquirida na Bahia no início do século XX. Ela possui um metro e vinte centímetros de altura, é talhada/esculpida em madeira, tem olhos de vidro, e como adereços um livro de oração, um cajado de metal (que foi furtado) e um resplendor de prata.
De acordo com antigos moradores, o resplendor era colocado apenas em eventos solenes ou na festa do padroeiro.
Posteriormente a capela entrou em situação de desmoronamento, com a queda da torre sineira e parte do telhado, a imagem ficou um tempo na Capela nessa situação e depois foi transferida para uma das salas de aula da escola local, que passou a abrigar os eventos litúrgicos (missas, terços, catequese, entre outros).
Como a imagem estava com danificações causadas pela polia (cupim), o padre Hélio de Oliveira Alves, pároco de Goiana nos anos 90 do século XX, decidiu levar a imagem para Casa Paroquial, pois os objetos da capela, mesmo na escola estavam sendo roubados.
Durante um tempo, a imagem ficou alocada em uma das salas do Centro de Catequese, ao lado da Igreja de N. S. do Rosário dos Brancos. Depois, padre Hélio confiou à imagem ao senhor Jones Albuquerque, diretor do Museu de Arte Sacra de Goiana na época, que nesse período estava localizado na Igreja de N. S. do Rosário dos Homens Pretos. O referido senhor tratou da imagem por vários anos e depois tombou a peça como parte do acervo do museu.
Passado alguns anos, houve o pedido de desocupação do Museu de Arte Sacra do templo por parte da Diocese de Nazaré, daí, a prefeitura que administrava o museu transferiu todas as peças (cerca de 700 objetos) para um salão do prédio do antigo Fórum, onde funcionava a Secretaria de Obras. Neste espaço ficaram trancafiadas as peças do acervo, durante anos, até que foi instalado o sétimo Centro Educacional SESC-LER em Goiana, inaugurando suas dependências em 2013; e, a prefeitura junto com a Diocese firmou convênio com o SESC.
Assim, as peças, muitas delas já restauradas, como exemplo a Imagem de Nossa Senhora do Amparo, que a tradição oral de Goiana diz ter sido um presente da princesa Isabel por Goiana ter libertado seus escravos antes da Lei Áurea. O acervo está exposto no Museu de Arte Sacra Escritor Maximiano Campos, após ações de cursos de restauração oferecidos aos munícipes pelo SESC/SENAC. A secular imagem de São Gonçalo do Amarante do Engenho Ubu está na lista de espera, aguardando seu processo de reparação.
Texto: José Bartolomeu dos Santos Júnior e Solange Valadares Guimarães